sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Vinde como estais???



















Como numa brincadeira de telefone sem fio, onde a mensagem verbalizada vai se deturpando e chega ao último ouvinte totalmente modificada, assim é esta frase:

Vinde como estais“,

QUE NUNCA FOI ESCRITA NA BÍBLIA!!! 

Se você quer ser um pregador da Palavra de Deus, NUNCA diga está frase no púlpito, salvo se for para ensinar que está frase simplesmente NÃO EXISTE EM LUGAR NENHUM NA BÍBLIA. 

Faça valer o que está escrito em 2 Timóteo 2:15 que ordena o seguinte:

 "Procura, isto sim, apresentar-te aprovado diante de Deus, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a Palavra da verdade."


O que VERDADEIRAMENTE está escrito é:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

 Jesus está dizendo que quando o sujeito cansar do atalho, da mentira e da morte, deve vir a Ele que é o caminho, a verdade e a vida !

A deturpação desta frase, e tantas outras, faz com que o evangelho esteja repleto de crentes que fumam, crentes amasiados, crentes adulteros, crentes mentirosos, crentes caloteiros, porque todos VIERAM COMO ESTÃO, e já que já estavam, não se preocuparam em mudar !

Devemos vir para o evangelho quando estamos cansados… Da vã maneira de viver….

Pedro cansou de jogar a rede, a noite toda, de acordo com suas técnicas de pescador, então obedeceu o mestre

Paulo cansou de recalcitrar contra os aguilhões, no caminho de Damasco

Tomé, cansou de ser incrédulo, ao ver a marca dos cravos

Maria Madalena, cansou do risco de ser apedrejada

O leproso, cansou da Lepra

O Cego, da cegueira

A mulher do fluxo de sangue… Estava cansada de viver ensanguentada

Marta cansou de chorar por Lázaro

Zaqueu, de ser ladrão.

Por isso é fácil para o verdadeiro convertido deixar dos vícios… Ele está cansado !

O Evangelho de Jesus Cristo, é o caminho dos cansados !

Por favor, não venha como está !

VENHA QUANDO ESTIVER CANSADO! 






quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O sábado é ou não é uma ordenança?

Geralmente quando os cristãos evangélicos citam Efésios 2.15 e Colossenses 2.14 como prova de que a lei mosaica juntamente com o sábado foi cravada na cruz, os adventistas contrapõe dizendo que o sábado semanal não é uma ordenança por isso não pode ser abolido.

Podemos colher um exemplo desse tipo de argumentação em escritos que fazem apologia ao sábado. A título de ilustração temos os escritos de Arnaldo B. Christianini; tentando refutar o argumento de que a lei e os sábados de Colossenses 2.14-16 eram meros sábados cerimoniais. Christianini construiu sua argumentação da seguinte maneira:

“Nem a palavra ‘lei’ também sequer é mencionada nos textos, mas apenas uma cédula de ordenanças. Sabemos que o preceituário cerimonial consistia de extensas instruções ritualísticas.a que os judeus ficavam obrigados. Um autêntico ‘escrito de divida”.
Veja que ele tenta resolver o problema por explorar a tese da chamada lei cerimonial. O escrito de dívida, segundo ele, referia-se apenas a essa lei. Seguindo esta premissa ele passa então a demonstrar o significado da palavra “ordenanças” e sua natureza, vejamos:
“- como reza outra tradução. “Ordenanças são meras prescrições litúrgicas, e isto não se aplica à lei moral. Compare-se com Hebreus 9:1.Ordenança ‘é um rito religioso ou cerimônia ordenada por autoridade divina ou eclesiástica” define, com propriedade, o autorizado Standard Dictionary.” (Subtilezas do Erro, pág. 120)

E prossegue dizendo:

“O contexto esclarece alguma coisa do conteúdo desta “cédula de ordenanças”. Alguns dos seus itens se acham exarados no versículo 16, ligado aos versículos anteriores pela conjunção “portanto”. Lemos que aí consta comer, beber, festividades. Lua nova e sábados prefigurativos. tudo averbado de “sombras de coisas futuras”. Ora, resta verem qual código constavam tais exigências ritualistas e festivais. Consultemos o decálogo. Examinemos-lhe os preceitos. Há nele algum mandamento sobre o comer e o beber? E sobre os dias de festa e a Lua nova? Não! Nele só há preceitos morais e éticos.” (ibdem)

E conclui triunfalísticamente: “Nenhuma ‘ordenança’, portanto.” (Subtilezas do Erro, pág. 120)

Perceba que sua conclusão o leva a admitir que o sábado do decálogo não pode ser uma ordenança.

O GRANDE CONFLITO

O caso é que toda essa exegese entusiasta cai por terra diante das explicações da profetisa de seu próprio movimento. Ellen G.White numa interpretação toda capciosa de Isaías 56, tenta armar uma profecia para encaixar a Igreja Adventista como sendo os verdadeiros restauradores do sábado. Vejamos o que ela diz:

“De nôvo é dada a ordem: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia a Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.” Não é o mundo Ímpio, mas são aquêles a quem o Senhor designa como “Meu povo,” os que devem ser reprovados por suas transgressões. Declara Ele ainda: “Todavia, Me procuram cada dia, tomam prazer em saber os Meus caminhos, como um povo que pratica a justiça, e não deixa a ordenança do seu Deus.” Isaías 58:1 e 2. Aqui se faz referência a uma classe que se julga justa, que parece manifestar grande interesse no serviço de Deus; mas a repreensão severa e solene dAquele que examina os corações, prova que se acham a calcar a pés os preceitos divinos.” (O Grande Conflito, pág. 452)

E ainda: “Desta maneira indica o profeta a ordenança que tem estado esquecida: ‘Levantarás os fundamentos de geração em geração: e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé do sábado, de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor.” Isaías 58:12-14. Esta profecia também se aplica a nosso tempo. A rotura foi feita na lei de Deus, quando o sábado foi mudado pelo poder romano.” (Ibdem)

Veja que ela chama desembaraçadamente o sábado de “ordenança” e diz que essa “ordenança” tem estado esquecida. Não há como negar… Está explícito: a tal ordenança é o sábado do sétimo dia que constava no decálogo!

Cabe aqui uma pergunta: quem está com a razão, Ellen G. White, que diz ser o sábado “uma ordenança” ou Arnaldo Christianini que jurava de pés juntos que a palavra “ordenança” não pode se referir ao sábado semanal? Convém lembrar o que este mesmo escritor disse a respeito dos escritos de Ellen G. White:

“Tudo quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e profeticamente exato.” (Subtileza do Erro, pág. 35)

Vejamos o que ela mesma pensava sobre seus escritos:

“Disse o meu anjo assistente. ‘ Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O destino das almas depende da maneira em que forem elas recebidas.'” (Primeiros Escritos, p. 258)

Diante de uma contradição gritante como essa qual vai ser o posicionamento dos adventistas? De que lado eles irão ficar? Em qual interpretação irão se estribar?
Por exemplo: se optarem pela interpretação de Christianini deixarão o “espírito de profecia” -a Senhora White – em situação embaraçosa, pois se persistirem em aplicar a regra de que “Ordenanças são meras prescrições litúrgicas, e isto não se aplica à lei moral” então o sábado que Ellen White apontou como ordenança não pode ser da lei moral. Os adventistas estariam restaurando no máximo, no máximo um sábado cerimonial e só.
Agora, se Ellen White estiver com a razão, o escritor acima mencionado está completamente errado, pois aqueles sábados de Colossenses 2.16 que ele chama de cerimonial, afirmando que fazia parte das ordenanças, deve ser o sábado do sétimo dia e por isso abolido. O que entende a teologia adventista pela palavra ordenança afinal? Veja que é uma verdadeira babel exegética!

ENTENDENDO A QUESTÃO

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças…” Efésios 2:14,15 –
É preciso ter presente que o texto em apreço fala de “A Lei dos Mandamentos”, que consistia em ordenanças. Ordenanças são leis e estatutos ou como diz o texto “Lei dos Mandamentos” especialmente no que concerne aos dias de festa, luas novas e sábados (semanal), com suas solenidades específicas de comemoração. Além disso, devemos considerar que o texto de Colossenses 2.14 fala que a cédula que era contra nós, nas suas ordenanças, não podia ser ligada somente a cerimônias e rituais, pois estas foram estabelecidas a favor dos homens, vejamos:

“Porque todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, podendo ele compadecer-se devidamente dos ignorantes e errados, porquanto também ele mesmo está rodeado de fraqueza.E por esta razão deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, oferecer sacrifício pelos pecados.” (Hebreus 5.1-3).

“Guardareis, pois, os meus estatutos e as minhas ordenanças, pelas quais o homem, observando-as, viverá. Eu sou o Senhor.” (Levítico 18.5)

“Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças.” (Salmo 119.175)
“andando nos meus estatutos, e guardando as minhas ordenanças, para proceder segundo a verdade; esse é justo, certamente viverá, diz o Senhor Deus” (Ezequiel 18.9)

“E dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei as minhas ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as cumprir.” (Ezequiel 20.11)

O que era contra nós? Paulo diz que era a cédula de dívida. Onde estava esta cédula de dívida? No decálogo. Ele nos fazia devedores.

Diz certa obra teológica: “Do modo como essa parede no templo era uma barreira física entre judeus e gentios, assim a lei mosaica dos mandamentos na forma de ordenanças (15) constituía o elemento significativo em sua separação moral (e também na separação entre os homens e Deus). Mas, quando Cristo foi crucificado, o véu do templo se rasgou em dois, o que representa o fim das ordenanças legais como sistema de vida do crente, e possibilitou acesso direto a Deus, tanto para os judeus como para os gentios (cfr. vers. 18 com Hb 10.19). Note a passagem paralela em Cl 2.14, onde a mesma idéia se expressa em termos diferentes.” (Novo Comentário da Bíblia – ed. Vida Nova)

“tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças , o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Revista e Atualizada)

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Revista e Corrigida)

“e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)
“havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Revista e Corrigida – 1995)

“tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz” (Tradução brasileira)
“Cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz” (Versão católica – Monges Maredsous)

O que diz alguns comentaristas sobre o assunto?

1. James Burton Coffmans

escrito de ordenanças …

Isto é uma referência ao Decálogo e à Lei inteira de Moises…Para Paulo não há nenhum significado a distinção entre lei moral e lei cerimonial. A Lei é uma unidade…Para Paulo, o caráter hostil da Lei é peculiarmente associada com o lado moral dela. A Lei…é representado pelos 10 Mandamentos…”

Escrito de ordenanças …

como neste verso, expressa as tabuas de pedra escritas pelo dedo de Deus. Como Wallace apontou, isto é deplorável que “Por omissão de `manuscrito de ordinances’ o revisionists quebra esta conexão.” F39 As palavras certamente pertencem como um testemunho seguro que o Decalogue é aqui indicado.

removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz…

Esses termos indicam o cancelamento absoluto e ab-rogação da Lei de Moises. Também, não deveríamos perder de vista o fato de que a heresia de Colossenses estava fundamentada e envolvida com a Lei de Moises…”

A aplicação especial deste verso, inclusive da parte moral da Lei de Moises, foi discutido assim por Macknight:

Os preceitos morais da Lei de Moises são chamados o Chirograph, ou manuscrito de ordenanças, porque a maioria essencial destes preceitos foram escritos pela mão de Deus em duas tabelas de pedra; e Moises foi instruído a escrever isto em um livro.”
(James Burton Coffman’s, Comentário do Novo Testamento)

2. Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown

A lei (incluindo especialmente a lei moral, em que põe a dificuldade de obedecer) é ab-rogada ao crente…

O manuscrito” (aludindo ao Decálogo, o representante da lei, escrita pela mão de Deus) é a lei inteira…,

Comentário Crítico e Explicativo da Bíblia – comentário preparado por Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown

3. Vários autores evangélicos da obra NCB

“Paulo introduz no vers. 14 duas figuras para descrever o que Deus tem feito com o pecado e a culpa. Primeiro, Ele cancelou o escrito de dívidas (14). A lei é aqui contemplada como débito do homem pelo que ele é responsável. É contra nós porque permanece como testemunho da nossa falência, mas Deus, em Cristo, cancelou o título da dívida. Segundo, Ele fez ainda mais. Ele a tomou e a jogou fora (14). Lightfoot parafraseia “a lei de… ordenanças foi cravada na cruz, rasgada com o corpo de Cristo, e destruída com a sua morte”. A sugestão de que se refere ao cancelamento de uma dívida por ser cravada num lugar público não é convincente. Não há nenhuma evidência de tal costume.” (Novo Comentário da Bíblia – ed. Vida Nova)

Demais disso, a leitura atenta do texto também nos convence de referir-se a palavra “ordenanças” à lei inteira. Note-se, com efeito, o verso 13: “e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos” As ofensas procediam contra as disposições morais do decálogo. Se tratasse ai de ordenanças puramente cerimoniais, como de resto querem os adventistas, o texto teria se valido do termo “dikaioma” aplicado no plural “dikaiomata” com este sentido ao aludir a cerimônias judaicas em Heb. 9:1,10, e não a forma verbal “dogmatizomai”. Ou ter-se-ia valido do vocábulo “ethos” que significa rito e costumes, encontrado em Lc. 1:9; Jo.19:40; At. 6:14; 15:1;16:21; 21:21;25:16;26:3;28:17 e Heb. 10:25.

Sim, “cheirographon” é uma metáfora da lei mosaica inteira, mas sobretudo em seu aspecto moral, que nos fazia grandes e insolventes devedores, porquanto, ao proibir o pecado, fazia-o contudo, mais abundante, escravizando-nos e levando-nos à morte (cf. Rm. 5:20; 7:5-13,25; IICo. 3:6; Gl. 5:1).





FONTE: cacp

domingo, 9 de outubro de 2016

Os 7 erros de Balaão

A história de Balaão, filho de Beor, o adivinho (Js 24.22), que prestava serviços espirituais ou era alugado para isso (Dt 23.4) pelo “preço dos encantamentos” (Nm 22.7), está registrada em Números 22 a 24. Sua morte é mencionada em Números 31.8 e Josué 13.22. Sua estratégia maligna contra o povo de Israel, para fazê-lo pecar e perder a proteção divina e, assim, ser derrotado, se encontra em Números 31.16. Tal feito tão inaudito mereceu várias citações no Antigo testamento (Dt 23.4-5; Js 24.9-10; Ne 13.2; Mq 6.5) e, também, no Novo Testamento (2Pe 2.15; Jd 11; Ap 2.4). Alguém poderia justificar tamanha publicidade pelo acontecimento mais inaudito ainda, que foi sua jumenta falar (Nm 22.28). Ledo engano, não foi essa a razão de tanta publicidade. No tempo da igreja primitiva, tal estratégia maligna ainda foi mencionada por Judas e pelos apóstolos Pedro e João, para servir de alerta contra os falsos mestres ou líderes que seguiam pelo “caminho de Balaão” (2Pe 2.15) ou se precipitaram no “erro de Balaão” (Jd 11) ou sustentavam a “doutrina de Balaão” (Ap 2.14).

Quem nunca ouviu falar no jogo dos 7 erros? Nele há duas figuras, uma original e outra a cópia. A cópia parece ser igual a original, mas não é, pois contém sete diferenças introduzidas de propósito. O objetivo do jogo é encontrar esses sete “erros” da cópia. Assim acontece também com Balaão, parece que é um profeta de Deus, mas não é! Encontre, no texto bíblico, esses sete erros:

1º erro: Parece ser profeta de Deus (Nm 22.6; 24-15-25)

Balaão era uma figura enigmática, misteriosa. Não era hebreu e vivia na Mesopotâmia, em Petor, junto ao Rio Eufrates (Nm 22.5). Porque ele também consultava a Deus e Deus vinha a ele (Nm 22.8-12); porque ele profetizou acontecimentos futuros (Nm 24.14-24); então, os mais apressados, deduzem logo tratar-se de um homem “convertido”, temente a Deus, profeta de Deus. Cuidado, nem tudo que reluz é ouro. Que fique bem claro que Deus é soberano e fala com quem ele quiser e da forma que achar melhor. Se ele falou através da jumenta de Balaão, o que lhe impediria de falar com o próprio ou através dele? O que a Bíblia diz efetivamente de Balaão ou o que se pode depreender da sua leitura é que ele era um adivinho (Js 13.22), um vidente (“homem de olhos abertos” – Nm 24.15), alguém que vivia uma fé mesclada, um sincretismo espiritual, que incluía encantamentos e agouros (Nm 22.7; 24.1). Pode ser considerado um “profeta pagão” que desfrutava de grande reputação e prestígio, ao ponto de ser lembrado pelo rei dos moabitas, Balaque, para uma missão salvadora. Apavorado com a performance devastadora dos exércitos de Israel, Balaque enxerga como única saída para a sobrevivência do seu povo, uma ação efetiva no mundo espiritual. Para tanto, ele resolve lançar mão do poder irrefutável de Balaão, de abençoar ou de amaldiçoar (Nm 22.6).

2º erro: Parece ter comunhão com Deus (Nm 22.8-11)

Crente imaturo na fé e que não estuda a Bíblia, tem vocação para ser enganado e todos sabemos quem é o pai da mentira, o mestre dos enganadores. Em algumas igrejas, principalmente pentecostais ou neopentecostais, basta chegar alguém “falando em línguas” ou testemunhando ter sido poderosa e milagrosamente usado(a) por Deus, para ser reverenciado(a). Se Balaão vivesse em nossos dias, certamente seria um desses líderes denominacionais que arrasta multidões e ocupa uma vasta grade na mídia televisiva. É inegável que ele tinha contato com o Senhor, mas comunhão com o Senhor é outra coisa. Ele chega a impressionar os incautos, aparentando uma total dependência do Senhor: “Balaão lhes disse: Ficai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o SENHOR me falar;” (Nm 22.8). Ele falava com Deus, apresentando-lhe a verdade dos fatos: “Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; talvez eu possa combatê-lo e lançá-lo fora.” (Nm 22.11). De igual forma, Deus falava com ele, fazendo-o conhecer a sua vontade: “Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás o povo; porque é povo abençoado.” (Nm 22.12). Que coisa linda e impressionante, mas era apenas contato. Outros detalhes do relato bíblico nos ajudarão a entender quem realmente era esse Balaão. Talvez, algum dia, possamos compreender a razão de Deus usar determinados tipos de pessoas, como Balaão.

3º erro: Parece querer fazer a vontade de Deus (Nm 22.13, 38)

Quando recebeu a primeira comitiva enviada por Balaque, Balaão fez questão de dizer-lhes que iria consultar o Senhor. Passou para eles a impressão de que vivia numa total e mística dependência do Senhor e de sua vontade. Ele consultou e Deus lhe deu resposta clara e objetiva: “…Não irás com eles, nem amaldiçoarás o povo; porque é povo abençoado.” (Nm 22.12). E, o que ele repassou para a comitiva? A resposta do Senhor? Não, mas a resposta que ele achou conveniente passar: “…Tornai à vossa terra, porque o SENHOR recusa deixar-me ir convosco.” (Nm 22.13b). Era uma resposta esvaziada da verdade divina. Era uma resposta que não fechava completamente as portas; a explicitação da dificuldade poderia induzir a uma maior generosidade por parte do contratante dos seus serviços. Era uma resposta que manifestava o verdadeiro caráter desse homem. Não há dúvida de que ele estava excitado com a proposta recebida e suas compensações. Seu foco não estava na realização da vontade do Senhor. Sua resposta para a comitiva, expressa de outra forma, ficaria assim: “Por mim, eu iria com vocês, mas o Senhor está me impedindo de fazer isso”. Um verdadeiro homem ou mulher de Deus, quando toma conhecimento da vontade do Senhor, não somente a transmite aos outros de forma integral e fiel, mas a assume, como expressão da sua própria vontade.

Mais adiante, após receber a segunda comitiva do rei, de passar um aperto com a sua jumenta e de ser advertido e pressionado pelo Anjo do Senhor, que lhe disse: “….Vai-te com estes homens; mas somente aquilo que eu te disser, isso falarás.” (Nm 22.35), ele chegou à presença do rei Balaque e disse-lhe: “Respondeu Balaão a Balaque: Eis-me perante ti; acaso, poderei eu, agora, falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, essa falarei.” (Nm 22.38). A situação ficou apertada para ele, pois foi forçado por Deus a agir segundo a sua vontade, que era de abençoar e não de amaldiçoar o povo de Israel. Após ter abençoado Israel, pela primeira vez, e, sendo questionado por Balaque, ele responde: “Mas ele respondeu: Porventura, não terei cuidado de falar o que o SENHOR pôs na minha boca?” (Nm 23.12). Portanto, ele não era alguém que voluntaria e espontaneamente procurava fazer a vontade do Senhor.

4º erro: Parece não priorizar recompensas financeiras (Nm 22.18; 2Pe 2.15; Jd 11)

A atitude do rei Balaque, enviando a comitiva que levava consigo “o preço dos encantamentos” (Nm 22.7), nos leva a crer que Balaão era remunerado pelos “serviços espirituais” prestados. Será que ele dava valor a essas recompensas financeiras? Após a primeira recusa de Balaão, Balaque resolve investir pesado para convencê-lo a amaldiçoar seu inimigo. A resposta de Balaão passa a mensagem de que sua fidelidade a Deus não pode ser comprada, pois não está à venda: “Respondeu Balaão aos oficiais de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do SENHOR, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande;” (Nm 22.18). Linda e comovente essa declaração, não? Seria verdadeira? Parece que não. O versículo seguinte (v.19) desmascara o vidente: “para que eu saiba o que mais o SENHOR me dirá”. O Senhor já havia lhe dito tudo, não havia razão para nova consulta. Mas a sua cobiça não lhe permitia recusar, de imediato, a segunda investida de Balaque. E tem mais. O apóstolo Pedro se refere aos falsos mestres de seu tempo como aqueles que seguiam pelo caminho de Balaão, “que amou o prêmio da injustiça” (2Pe 2.15). Nesta mesma linha, Judas se refere aos que desconstruíam a fé cristã, como pessoas movidas de ganância que se precipitaram no erro de Balaão (Jd 11). As ofertas eram significativas, incluindo riquezas, honra e poder (Nm 22.7, 17; 24.11). Sem dúvida ele ficou fascinado, foi seduzido.

5º erro: Relativiza A Palavra de Deus (Nm 22.19-22)

Por que Balaão é daqueles que relativiza A Palavra de Deus; não a considera como absoluta e definitiva? Porque ele é do tipo que já conhece o que Deus disse, entretanto, não leva isso muito a sério, principalmente quando esta Palavra não é muito favorável aos seus interesses. Então, lhe é muito conveniente, buscar novas revelações, revelações mais fresquinhas: “agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que mais o SENHOR me dirá.” (Nm 22.19). Já que ele tornou a consultar o Senhor, o Senhor lhe deu novas instruções: “Veio, pois, o SENHOR a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens vieram chamar-te, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente o que eu te disser. Então, Balaão levantou-se pela manhã, albardou a sua jumenta e partiu com os príncipes de Moabe.” (Nm 22.20-21). Quando Deus lhe deu uma resposta um pouco diferente, seu coração ficou em festa. Não é que Deus tenha mudado de idéia. Porém, como Balaão estava tão interessado em ir, Deus aproveitou para abençoar seu povo através dele. Na verdade ele não cuidou de observar os detalhes da Palavra do Senhor: “Se aqueles homens vieram chamar-te,”. É o tipo de gente que ouve primeiro a voz da sua própria vontade, ou distorce A Palavra de Deus a favor de seus interesses. Ele foi sem ser chamado e provocou a ira de Deus.

6º erro: Tem más intenções no coração (Nm 22.32)

Balaão estava mesmo determinado a se encontrar com Balaque. Deus conhecia muito bem os propósitos do seu coração que não eram bons: “Então, o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que eu saí como teu adversário, porque o teu caminho é perverso diante de mim;” (Nm 22.32). Observe que não estamos de má vontade com Balaão; não se trata de antipatia gratuita. O próprio Anjo do Senhor é quem revela as intenções do coração dele e, por pouco não o matou, poupando a jumenta (Nm 22.33). Vejam que, ainda que alguém da estirpe de Balaão seja seduzido a agir contra os remidos do Senhor, Deus está no controle e nos protege: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que coisas tem feito Deus!” (Nm 24.23).

7º erro: Faz tropeçar o povo de Deus (Nm 25.1-5, 9; 31.16; Ap 2.4)

Parece que Balaque e Balaão não chegaram a um acordo sobre amaldiçoar o povo de Israel. O final do capítulo 24 de Números registra que cada um tomou o seu caminho e foi para a sua terra. Aparentemente o povo de Israel tinha sido poupado da maldição de Balaão. Entretanto, o pior ainda estava por vir. O capítulo 25 de Números traz o triste registro da armadilha maligna na qual o povo caiu. Balaão sabia que não tinha licença ou autorização divina para amaldiçoar Israel, mas sabia muito bem como retirar dele a blindagem da proteção divina. Aparentemente, antes de partir para sua terra, ele fez o trabalho sujo junto às mulheres moabitas: “Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o SENHOR, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do SENHOR.” (Nm 31.16). Os falsos líderes denunciados por Pedro e Judas sabem muito bem como “transformarem em libertinagem a graça de Deus”. “Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.” (Ap 2.4). Aqui temos o ápice da sua malignidade: fazer tropeçar o povo de Deus. Todos os seus erros ou deformidades citados anteriormente desaguam nessa perversa e maligna estratégia de desconstruir a fé cristã.

Que Deus vos abençoe









sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A revolta de Corá, Datã e Abirão

Quem foi Coré ou Corá? Quais os motivos da sua rebelião? E o desfecho?

Coré não é muito citado na Bíblia. No Antigo Testamento, há algumas referências aos seus ascendentes e descendentes (os coreítas). Ele era da tribo de Levi, seu bisavô. Seu avô era Coate e seu pai Jizar (ou Isar ou Aminadabe) (Ex 6.21; 1Cr 6.22; Nm 16.1). Seus filhos foram Assir, Elcana, Abiasafe (ou Ebiasafe) (Ex 6.24; 1Cr 6.22. 37; 1Cr 9.9). A história de sua rebeldia encontra-se em Números 16. Há mais duas referências a ele em Números 26.9-11 e 27.3. No Novo Testamento há apenas uma referência a ele, em Judas 11.

1. Quem eram os rebeldes?



O líder dos rebeldes era Coré, bisneto de Levi e primo de Moisés. Portanto, estes eram levitas. Coré se associou a dois irmãos, Datã e Abirão (Nm 16.1, 12, 24, 25, 27; 26.9; Dt 11.6; Sl 106.17), e também a Om, sendo todos eles da tribo de Ruben. Contou ainda com o apoio de duzentos e cinquenta homens, príncipes da congregação, eleitos por ela, homens de renome (Nm 16.2). Todos eles se ajuntaram contra Moisés e Arão, para dar um basta à sua liderança sobre o povo.





2. As causas da rebelião

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, ….” (1Sm 15.23)

1ª) Uma visão equivocada

“e se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; …” (Nm 16.3a)
Uma coisa é ser chamado para ser santo, outra coisa é ser santo, separado. O verdadeiro líder enfatiza a necessidade dos irmãos viverem em santidade de vida, para desfrutarem da comunhão com um Deus que é Santo. Os falsos líderes promovem a libertinagem e fazem vista grossa para o pecado. Banalizam a Graça Divina e promovem a falta de temor à Santidade de Deus. As condições estabelecidas por Deus a este respeito são muito claras: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” (Ex 19.5-6). Santidade não é rótulo, mas um “estilo” de vida.

2ª) Ambição pelo poder

“…. por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do SENHOR?” (Nm 16.3)
“…. senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” (Nm 16.13)
A alegação ou acusação dos rebeldes era a suposta usurpação do poder por parte de Moisés e Arão. É espantoso verificar que, mesmo depois de tantas manifestações milagrosas e incontestáveis do poder de Deus pela intermediação de Moisés (pragas, mar se abrindo etc), essa gente pudesse ainda questionar a liderança e autoridade de Moisés e Arão. Percebe-se, da parte deles, uma inveja incontrolável de Moisés. Afinal, por que esse tal Moisés deveria ser o protagonista de tudo isso? Quem era ele? Foi criado na corte de Faraó. Depois de adulto, com quarenta anos de idade, fugiu para uma terra distante, ficando ali outros quarenta anos. Enquanto isso eles habitaram e sofreram junto ao povo cativo. Agora, depois de todo esse tempo, ele vem de fora para se fazer príncipe sobre o povo? Acontece sempre aquela velha e recorrente situação: “antiguidade é posto, temos que respeitar!”, “chegou agora e já quer se sentar à janela?”. O ser humano, inclusive o cristão, precisa entender que, não importa se o líder é de perto ou é de longe. O que realmente importa é se ele é o melhor para a função e, no caso da igreja, se ele é o designado pelo Soberano Senhor dos céus e da terra para exercer aquela liderança!

3ª) Ambição pelo sacerdócio

“acaso, é para vós outros coisa de somenos que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de cumprirdes o serviço do tabernáculo do SENHOR e estardes perante a congregação para ministrar-lhe; e te fez chegar, Coré, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo? Ainda também procurais o sacerdócio?” (Nm 16.9-10)
Na matança dos primogênitos dos egípcios, os primogênitos de Israel foram poupados. Assim, os primogênitos de Israel passaram a pertencer ao Senhor. Então, Deus fez uma troca, desses primogênitos (inclusive dos animais), por todos os homens da tribo de Levi (Nm 3.12-13). Quando Deus separou a tribo de Levi das demais tribos de Israel, não lhe deu herança de terra, mas eles deveriam receber cidades no meio das possessões das demais tribos (Nm 35.2ss). Também os consagrou para o serviço de Deus, primeiramente no Tabernáculo, depois, no Templo. Todos os levitas foram designados para exercer algum encargo na tenda da congregação. Eles deveriam atuar sob a liderança de Arão e seus filhos (Nm 3.9). Em Números 3 e 4 as tarefas relativas ao Tabernáculo são distribuídas pelas famílias dos três filhos de Levi: Gerson, Coate e Merari. Basicamente, coube aos filhos de Gerson cuidar da infraestrutura externa (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.21-26; 4.21-28); aos filhos de Meraricuidar da infraestrutura interna (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.33-37; 4.29-33); e, aos filhos de Coate cuidar do mobiliário e utensílios sagrados do santuário (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.27-32; 4.1-20). É importante observar que coube à família de Coate a parte mais delicada, cuidar das “coisas santíssimas” (Nm 4.4), como a arca, com risco de morte: “Isto, porém, lhe fareis, para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas santíssimas: Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e a sua carga. Porém os coatitas não entrarão, nem por um instante, para ver as coisas santas, para que não morram.” (Nm 4.19-20). Tudo isso foi estabelecido por Deus, por intermédio de Moisés, inclusive o tão cobiçado sacerdócio: “Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem só ao seu sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá.” (Nm 3.10).
A igreja é o corpo de Cristo, onde cada membro tem a sua função. É o próprio Senhor quem vocaciona, chama e elege aqueles que devem ser reconhecidos como líderes do rebanho. É danoso para o Corpo de Cristo, quando alguém ambiciona posições e cargos, para os quais o Senhor não o designou, ou quando queremos impor, pela força, aqueles que o Senhor não escolheu para determinada missão. Cada um tem uma missão importante e específica a realizar no reino de Deus e deve se deixar conduzir pelo Espírito Santo de Deus!

3. O desenrolar da rebelião
  •  A prova do líder e dos santos (Nm 16.4-7; 16-19; 27-30)
“E falou a Coré e a todo o seu grupo, dizendo: Amanhã pela manhã, o SENHOR fará saber quem é dele e quem é o santo que ele fará chegar a si; aquele a quem escolher fará chegar a si.” (Nm 16.5)
Diante da inesperada rebelião, Moisés não teve outra alternativa senão submeter ao Senhor o arbítrio daquela questão. Moisés estabeleceu dia e hora para o confronto entre a liderança espiritual divinamente instituída e a liderança rebelde. A resposta seria dada pelo próprio Deus! Duas situações haveriam de ser julgadas ali: 1ª) Quem é dele; 2ª) Quem é o santo autorizado a aproximar-se do Senhor. As instruções da prova foram passadas. Ambos os lados deveriam comparecer diante de Deus com os seus incensários acesos; Moisés com o fogo tirado do altar e os rebeldes com o fogo estranho (Nm 16.16-19). Na sua fala final, Moisés esclarece que se algo fora do comum, se coisa inaudita acontecesse ali, levando os rebeldes à morte, ficaria provado que ele era um enviado do Senhor e os seus opositores aqueles que desprezaram ao Senhor (Nm 16.27.30)
  • A intransigência dos rebeldes e a ira de Moisés (Nm 16.12-15)
Os rebeldes não demonstraram qualquer interesse em dialogar. Eles fizeram o que é característico dos rebeldes: 1º) Acusar os líderes de não dar ao povo uma boa qualidade de vida; 2º) Acusar os líderes de usurpação de poder, de poder não legitimado pelo povo; 3º) Acusar os líderes de enganar os mais simples. É interessante como Moisés, o homem mais manso da terra (“Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” Nm 12.3) perde a paciência e desabafa com Deus. Aí, quem perde a paciência é Deus e Moisés tenta aplacar sua ira.
  •  A ira divina e a intercessão de Moisés (Nm 16.20-27)
Diante de tanto atrevimento e rebeldia, a vontade de Deus era de exterminar toda a congregação, imediatamente. Essa era já a terceira vez que Deus manifestou este desejo e foi contido por Moisés (Ver as outras duas: Ex 32.10; Nm 14.11). Mais uma vez o Senhor cedeu e aguardou a separação física entre os rebeldes e o restante da congregação (Nm 16.23-26).

 4. As consequências da rebelião

1º castigo: A Coré, Datã e Abirão (Nm 16.31-34)
A terra se abriu e engoliu os três líderes, seus homens e seus bens. E o povo fugiu. Em Números 26.11 há o seguinte registro: “Mas os filhos de Corá (Coré) não morreram.”
2º castigo: Aos 250 príncipes da congregação (Nm 16.35)
Fogo procedente do Senhor consumiu os duzentos e cinquenta homens que se apresentaram diante do Senhor com fogo estranho.
3º castigo: Aos 14.700 murmuradores da congregação (Nm 16.41-50)
Como se as tragédias ocorridas não fossem suficientes para convencer aquela congregação também rebelde, eles tiveram a ousadia de murmurar contra Moisés e Arão, culpando-os de tamanha matança. Mais uma vez a ira divina se manifesta, agora pela 4ª vez (Nm 16.45), para exterminar toda a congregação. A praga dizimou 14.700 murmuradores. Não fora a expiação do povo, providenciada por Arão, sob a ordem de Moisés, toda a congregação teria sido dizimada. Na verdade, desde que a sentença divina fora pronunciada, por ocasião do relatório negativo dos 10 espias, isto é, que os de vinte anos para cima (exceto Josué e Calebe), não entrariam na terra prometida (Nm 14.20-30), a congregação se tornou propensa a rebeldia.
De tudo o que foi exposto anteriormente, fica claro o alto preço que é pago pelos rebeldes e seus seguidores!!!



“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Coré. (Judas 11)